Coimbra: licença para errar (V)
É no cenário que tenho vindo a definir, nesta sequência de artigos, que faz todo o sentido um Parque de Ciência e Tecnologia na cidade universitária de Coimbra. Foi assim que foi organizado, tendo por base a realidade da cidade, as suas boas iniciativas já no terreno e as suas potencialidades.

O iParque é uma aposta arriscada, mas consciente e muito pensada. É uma forma de sermos consequentes com a capacidade que desenvolvemos. Uma capacidade que tem de ser colocada ao serviço da sociedade gerando efeitos económicos relevantes. Foi pensado com os seguintes objectivos genéricos:

1. Ser o catalisador do desenvolvimento económico da região;
2. Promover o desenvolvimento de novas empresas baseadas em conhecimento (e não só em tecnologia), incentivando a transferência de saber entre centros de conhecimento e empresas através de projetos de I&D em consórcio;
3. Promover ou contribuir para instalação de iniciativas empresariais relevantes que possam alavancar o desenvolvimento rápido e sustentável de áreas identificadas como estratégicas.

Tudo isto tendo por base uma estratégia mista que reconhece que precisamos, primeiro, de demonstrar capacidade, para depois sermos atrativos para iniciativas empresariais, necessariamente exteriores à região, que apostam nas nossas capacidades. Essa estratégia mista engloba a estratégia de incubação e a estratégia de atração:

1. Incubação: significa apostar na capacidade de fazer emergir ideias de negócio com base em conhecimento gerado na região, apoiá-las, constituindo o suporte necessário para que se desenvolvam e se transformem em empresas de sucesso (incubação de 1ª fase). Mas também perceber que estas empresas, pelas suas características muito ligados à I&D, a alguma inexperiência própria do tipo de promotores, bem como a um mercado globalizado altamente competitivo, precisam de suporte na fase posterior à incubação (aceleração de empresas, incubação de 2ª fase) para que cresçam mais rapidamente e se tornem fortes.
2. Atração: demonstrada a nossa capacidade de transferência de tecnologia e conhecimento, a capacidade de gerar ideias de negócio e empresas de sucesso, a capacidade de fazer produtos competitivos no mercado global, seremos então atrativos para investimentos de fora da região (incluindo investimento direto estrangeiro - IDE).

O iParque planeou e construiu um espaço totalmente infraestruturado que inclui locais para a instalação de empresas, espaços verdes e de lazer, espaço para serviços e para habitação, definindo um novo conceito de Parque de Ciência e Tecnologia: um sítio que tem vida todo o dia, onde é possível trabalhar, praticar desporto, passear e habitar, disponibilizando os serviços necessários à atividade criativa e empreendedora.

Planeou ainda um Centro de Negócios (Edifício VINCI) pensado para servir as empresas e as suas necessidades, onde se concentrarão os serviços e que constituirá o coração do iParque..

Planeou também uma Aceleradora de Empresas (Edifício TESLA) pensada para acolher empresas em fase de crescimento, no período posterior à incubação. Este é um equipamento crucial para o iParque

Nos próximos dois artigos falarei sobre estes edifícios, sobre o seu financiamento e sobre aquilo que planeamos para eles.

J. Norberto Pires

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