Coisas que é importante dizer

1.     O país precisa da austeridade, porque é crítico estancar o aumento da dívida externa (85 mil milhões de euros em 2005, mais de 155 mil milhões em 2010);
2.     Não há soluções milagrosas;
3.     A única forma de sair desta crise é com trabalho, esforço, dedicação e muito suor;
4.     Toda a gente já sabia isso em Outubro de 2010 quando o orçamento estava em discussão;
5.     Todos fizeram de conta, aprovando um orçamento que TODOS sabiam que não era para cumprir;
6.     Todos fizeram de conta que os mercados iam na conversa, apesar de TODOS saberem que era assim porque os mercados não vão em música dos "deolinda";
7.     Alguém "inventou" que nada podíamos fazer;
8.     O Presidente da República não podia actuar;
9.     A oposição também não;
10. O governo é incompetente e inconsciente, mas era para cozinhar em lume brando;
11. Perderam-se seis meses preciosos;
12. Agora estamos nesta (deo)linda situação: vamos para uma cimeira europeia sem Primeiro Ministro em funções, a situação económica e financeira do país é muito pior do que em Outubro de 2010, os juros dispararam e já ultrapassaram os 8%, não há um plano de ataque ao problema, os portugueses não estão conscientes do que é necessário ser feito e... a questão real mantém-se. O país não cresce. E sem crescimento nada melhora;
13. Um novo governo demorará meses a entrar em funções;
14. O país muito dificilmente estará unido depois da campanha eleitoral;
15. A margem de manobra do novo governo será muito curta, se não mesmo nula;
16. As políticas a desenvolver só terão efeitos reais daqui a 15 ou 20 anos;
17. Portugal não quer fazer como Néstor Kirchner, na Argentina em 2003-2005, que teve de renegociar a sua dívida por um valor significativamente inferior ao seu valor nominal (foi renegociada para valer 30 cêntimos por cada dólar);
18. Mas isso significa solidariedade da União Europeia;
19. Mas isso significa uma União Europeia forte e consciente dos seus problemas;
20. As dívidas soberanas não são o problema, mas sim a ausência de competitividade e crescimento. Se crescermos a dívida resolve-se;
21. Mas isso significa liderança;
22. É pedir muito, eu sei...

Dito isto:
1.     As eleições são urgentes, porque o país precisa de ser credível;
2.     O desafio é o de devolver esperança aos Portugueses;
3.     O desafio é o de unir o país;
4.     O desafio é o de tentar o que parece impossível: mobilizar Portugal.

Nota: Em Outubro de 2010 escrevi que o OE2011 era o Momento Zero!

J. Norberto Pires

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